Ensaiei fazer um post sobre 2014 no final do ano, depois no início de Janeiro, mas a verdade é que só agora consegui sentar e organizar as ideias sobre o ano (e a vida!) que passou, e a expectativa para o novo. Vi muita gente reclamando e pedindo pra 2014 ir embora logo, acho que foi um ano ruim em geral para a maioria, e meu primeiro pensamento foi esse também, o ano passado foi bagunçado, cheio de expectativas que não se concretizaram, cheio de planos que acabaram em lugar nenhum… mas depois achei injusto culpar 2014, como se o dia 1º de Janeiro fosse desaparecer com tudo magicamente e fazer de 2015 uma maravilhosidade sem fim.
Há tempos faço uma lista de planos e desejos para a virada, sempre achei legal começar o ano novo pelo menos na esperança de algo, mas nesse ano não fiz. Não pela falta de planos, mas porque queria fazer uma “lista” mais verdadeira, de mudanças e desejos mais profundos. É muito mais fácil listar os desejos superficiais e tascar no papel, eu já sabia o que iria colocar: emagrecer 5kg (ou 10, ou 15), ler 2 livros por mês, me dedicar mais ao blog, cozinhar mais, fazer exercícios, ser mais saudável, tirar um tempo para desenhar/pintar, etc, etc, etc. Todos itens que realmente eu gostaria que virassem realidade, é claro, mas nenhum deles com significado ou propósito maior, percebi que esses desejos são apenas consequências de outras mudanças mais profundas que eu gostaria que acontecessem.
No meio dessa bagunça mental resolvi comprar o e-book da Lara Casey, chamado Make It Happen, pois leio o blog dela há anos, já havia usado várias dicas de organização e planejamento que ela dá, e sempre tive curiosidade de saber mais da história dela. Mas o livro acabou sendo muito mais do que isso, a metodologia da Lara não é de seguir uma lista de coisas pré-definidas e ser um sucesso, está mais para colocar o dedo na ferida e olhar dentro do nosso lado mais escuro. Me identifiquei com muitas coisas, e me surpreendi em como tenho deixado coisas como o medo (do que as pessoas vão falar, de fracassar), o orgulho, o perfeccionismo, e a auto-sabotagem definirem meus caminhos. O livro não é uma tábua de salvação, e nem mostra o passo a passo de como transformar tudo isso em sucesso, mas joga uma luz naquilo que é mais importante, ter um vida que faça sentido, com propósitos.
Percebi principalmente que estou sempre esperando pelo “perfeito”, o momento perfeito para tomar uma decisão, a rotina perfeita para começar a fazer algo que quero, o peso perfeito para me achar mais bonita, o projeto estar perfeito para divulgar, o texto/foto perfeitos para postar… essa idealização toda na verdade não é só a vontade de fazer o melhor, mas esconde o medo de fracassar, a procrastinação daquilo que sei que vai me tirar da zona de conforto, a possibilidade de ir adiando a felicidade. Por isso a primeira coisa que decidi colocar na “lista” de planos para 2015, foi o foco no progresso, e não na perfeição!
Eu sei que não vai ser da noite para o dia que vou de repente começar a fazer todas as coisas que tenho vontade, sem idealização, mas já comecei com pequenas coisas, por exemplo, estava há anos querendo fazer um estudo bíblico diário, mas no meu mundo perfeito eu teria que tirar horas do meu dia para isso, ter o ambiente ideal, o livro X Y Z para acompanhar, etc, então sempre acabava adiando. Decidi começar com um texto pequeno por dia, algo dentro da minha realidade, e fiquei surpresa com o resultado! E ok se eu não consigo ler um texto em algum dia por um motivo maior, mesmo que tenha um lado meu que fique dizendo que falhei e preciso começar tudo de novo, o que importa é o progresso, não a perfeição! Acho que o mesmo acontece com quem luta com a balança, essa coisa de estar sempre dentro da dieta perfeita é terrível, pois muitas vezes é inalcançável, irreal, o foco todo deveria estar no progresso e não no prato perfeito.
Fiquei grata por ter começado minha “lista” mais tarde, porém com itens mais significativos para esse ano. Além do livro, a Lara faz todo ano uma série de posts chamada “Goal Setting”, para quem quer estabelecer metas mais verdadeiras. Ainda estou trabalhando em outras metas para o ano, mas quis compartilhar um pouco do que já aconteceu até aqui! E vocês, como está a lista de planos para 2015?
Juli, não conheço o livro da Lara, não conheço a metodologia, mas saber que te levou a fazer uma reflexão dessas, me despertou muito a curiosidade. O que você escreveu no parágrafo “Percebi principalmente que estou sempre esperando pelo “perfeito”, o momento perfeito para tomar uma decisão, a rotina perfeita para começar a fazer algo que quero…” tocou fundo em mim. Me identifiquei muito, já sofri bastante por até conseguir constatar que tenho essa atitude mas não saber como superar esses freios. Eu acredito que já melhorei bastante, pode ser coisa da minha cabeça, mas acho que ficar mais velha tem me ajudado. Hoje com 30 me sinto bem mais desprendida do que quando tinha 20. É engraçado porque de certa forma é uma rebeldia que veio com a maturidade! Será que isso faz sentido? hehe. Bom, eu não quero tagarelar, depois de ler seu post e me identificar tanto, não tinha como ficar calada. Queria só dizer que curti saber que você encontrou uma forma de fazer as coisas fluírem melhor e que quero muito acompanhar os progressos! Bjim.
Oi Lívia!
Acho que o ficar mais velha realmente ajuda sim, rs, também vejo isso como uma rebeldia madura, porque acabamos não tendo mais que mostrar nada para os outros, e nisso vamos encontrando nossos limites, nos respeitando mais! Hoje, também com 30, me sinto muito mais segura para ter essas atitudes do que com 20.
O importante é mesmo cada um encontrar essa maneira de entender o que está funcionando e o que não está. O que não dá é para ficar sempre na mesma né? Obrigada pelo comentário! 🙂
Que alívio ler esse seu post Juli.
Me fez tão bem saber e perceber que esses incômodos que eu tenho… alguém os compartilha, mesmo que de longe. Começar um ano é sempre uma coisa complicada, assunto sério, mas sério mesmo é viver dia-a-dia, lutando pra realizar cada um dos itens que a gente se propõe.
Fiquei tocada sobre o que disse sobre não se ater a planos rasos, supérfluos… e eu sinto que, muitas vezes, o que eu faço é medíocre, e eu me sinto desencorajada com isso.
Esse ano, literalmente, tô recomeçando.
Sem emprego em vista ou ideia do que fazer, desanimada pelos planos que foram abortados em 2014. Eu não sei se vc compartilha esse sentimento de que parece que todo mundo no universo é melhor preparado que vc… eu sinto isso. Sei que essa não é uma verdade absoluta, mas muitas vezes quando os planos não sucedem da forma como imaginamos, a gente se sente ultrapassado e pior ainda, fracassado.
De certa maneira, isso tem sido uma maratona espiritual, onde Deus tem me mostrado o valor que ele dá á nossa intenção. Tem me ensinado que os bastidores (que a gente gosta mas não quer ficar pra sempre) são lugares de ensinamento pra pesar nossos valores. Sei que isso não vai ser pra sempre… e o que eu mais desejo esse ano, é que eu possa chegar no final dele dando muito mais graças do que dei no ano passado, que todo esse sentimento de desilusão fique pra trás no mar de esquecimento… sei que o meu Deus é capaz disso. Só Ele é capaz de dar a melhor resposta aos nossos sonhos, por isso não podemos ficar abalados… talvez um pouco, mas só por pouco tempo. Então, bora confiar nos Seus planos, que são perfeitos, completos e sem erro.
Obrigada pelo post… foi um maravilhoso incentivo.
Abçs
Priscila, posso dizer que meu 2014 também foi cheio de planos que não funcionaram! Há uns três anos atrás eu tinha certeza de muitas coisas, projetos que eu tinha certeza que dariam certo, e agora, depois de muita coisa ter dado errado, eu me sinto meio perdida sim, e com esse sentimento de que o mundo todo sabe o faz, menos eu. Mas como você falou, acho que Deus tem trabalhado muito mais nessas incertezas do que nas certezas.
Sobre o sentimento de estar vivendo uma vida medíocre, apesar da certeza de todos esses planos anteriores, no fundo eu tinha esse sentimento, e acho que tive que desconstruir primeiro tudo aquilo que era a minha verdade, para viver A verdade, sabe? Realmente é nesses momentos de “bastidores” que Deus trabalha e ensina, e isso é o que tem me alimentado cada dia para continuar. 🙂
Comecei 2015 com metas enxutas, focada naquilo que irá me trazer resultados no fim do ano. Meu objetivo maior é aprender a deixar a preguiça de lado e por a mão na messa. Muitas tarefas são fáceis e por vezes prazerosas de serem feitas, é só começar. Acho é que viver um dia de cada vez, conseguir entender e aceitar o próprio ritmo.
bêjo.
Pois é Gabriela, deixar a preguiça de lado também está entre as minhas metas, rs. Já que não adianta nada planejar sem executar, né? Sorte pra nós! 🙂
Que lindo ler seu post, Juli!
O meu ano de 2014 não rendeu tanto também. Planejei muito e executei pouco, mas fui caminhando com plena certeza de que estava fazendo a escolha certa em não executar. Terminou que tudo o que ficou foi o que era realmente importante e deixei de lado certas metas que não faziam sentido, assim como você falou. Acho que a gente fica no “queria querer” e termina não fazendo o que queremos mesmo, lá no fundo do coração, né?
Acho que ano passado pra mim foi um ano de descobertas. E agora no início de 2015 tô tentando organizar na minha cabeça tudo o que descobri! Hahaha
Apesar de estarmos em momentos diferentes, acho que são semelhantes em alguns aspectos. Me interessei pelo livro da Lara. Li alguns posts do blog dela e gostei! Vou colocar na minha lista! ^^
Beijoooo e ótimo ano pra você, sua linda! 🙂
;*
Bibi, acho que apesar dos momentos diferentes, os sentimentos são parecidos, rs. Deixei de fazer muitas coisas porque estava priorizando outras, mas nesse ano quero mesmo é priorizar melhor! Tem coisas que só colocando a mão na massa mesmo, né? Principalmente na área criativa, algo que deixei muito de lado no ano passado, mas que faz tão bem! Um pequeno passo de cada vez, acho que é isso que tenho aprendido mais até agora. 🙂
E linda é você! :*